News Farma (NF) | Esta reunião vai abordar conhecimentos das principais patologias da especialidade, divididas por módulos. Como nasceu a necessidade de realizar uma atualização tão abrangente e transversal?
Prof.ª Doutora Cristina Caroça (CC) | A necessidade de realizar esta atualização, por módulos, deve-se ao facto da especialidade de Otorrinolaringologia ser transversal a diversas especialidades mais generalistas e com queixas frequentes dos doentes. Deste modo, o objetivo é promover um melhor diagnóstico e orientação do doente - saber identificar situações complexas que requerem orientação para o Otorrinolaringologista.
NF | A quem se dirige esta reunião?
CC | A reunião dirige-se a todos os colegas de especialidades que contactem com as patologias Otorrinolaringologia, nomeadamente no adulto e na criança. Nelas podemos considerar a Medicina Geral e Familiar, Pediatria e Medicina Interna. Estas são as especialidades que, habitualmente, lidam com o doente como um todo e para as quais é, particularmente, útil manter uma atualização de conhecimentos sobre a área de Otorrinolaringologia.
NF | Quais são as expectativas para este modelo de reunião?
CC | Atualizar conhecimentos sobre alguns dos temas mais frequentes em otorrinolaringologia e discutir, quer as abordagens, quer as terapêuticas mais adequadas. Os participantes podem inscrever-se num único módulo ou num conjunto de módulos ou apenas no curso - permitindo que ajustem a formação às suas necessidades de aprendizagem.
NF | Relativamente ao programa científico, quais foram os mais urgentes de discutir? Quais foram as temáticas escolhidas para cada módulo?
CC | Os temas mais urgentes a discutir são sem dúvida os da otologia, vertigem, as complicações de amigdalites agudas, a apneia do sono, entre outros que poderão ter impacto na qualidade de vida do doente e, por vezes, de difícil diagnóstico pelos médicos.
Pelo facto da otologia ser um tema pertinente e o seu diagnóstico, por vezes, ser mais difícil, criou-se também um curso de otoscopias. Não só para melhorar a técnica como também discutir e interpretar diferentes imagens de otoscopia, sendo este um módulo realizado separadamente aos módulos temáticos.
NF | Qual a importância de incluir estas temáticas para o desenvolvimento de competências para os vários especialistas envolvidos?
CC | O desenvolvimento de competências para os vários especialistas envolvidos permite não só uma correto diagnóstico e tratamento do doente, assim como uma melhor gestão de recursos.
NF | Quais são as principais diferenças na prática clínica entre a abordagem à criança e a abordagem ao doente adulto?
CC | De um modo geral quando pensamos em pediatria, pensamos num adulto pequeno e, tal não é o correto. Uma criança tem as suas particularidades decorrentes do seu desenvolvimento, mesmo em termos de resposta imunológica, que leva a que a abordagem possa ser diferente na criança e no adulto.
NF | Quais são os principais desafios que a especialidade de Otorrinolaringologia enfrenta e que vão estar latentes na discussão?
CC | Os principais desafios que a especialidade de Otorrinolaringologia enfrenta consistem em permitir que os colegas consigam um melhor diagnóstico de forma mais rápida, que estejam cada vez mais aptos para discutir as diferentes abordagens. Deste modo, a Otorrinolaringologia poderá dedicar-se a situações mais complexas, permitindo um melhor cuidado aos doentes.
NF | O que podem esperar os participantes de distintivo no “ABC do Otorrino na Criança e no Adulto”. O que o diferencia dos outros eventos da especialidade?
CC | Ao todo são 5 módulos (Módulo 1 - Otite e Surdez, a 16 de Setembro de 2023; Módulo 2 - Vertigem, a 18 de Novembro de 2023; Módulo 3 - Cavidade Oral e Faringe, a 20 de Janeiro de 2023; Módulo 4 - Patologia Nasosinusal, a 16 de Março de 2024; e Módulo 5 - Patologia Laríngea e Cervical, a 25 de Maio de 2024. O objetivo destes módulos é o de promover o contacto entre as especialidades, abrir à discussão temas pertinentes em que possam surgir dúvidas na abordagem. Pretende-se através de queixas, por exemplo, chegar aos diagnósticos, promover a compreensão de como podemos orientar e quando estamos perante situações complexas que precisamos de encaminhar para a Otorrinolaringologia.
